A busca por uma vaga de Analista de Produto em Toronto

Oi pessoal! Finalmente, vou contar um pouco da minha busca de emprego aqui no Canadá. Rafa já fez uma serie de posts bem detalhados aqui sobre a jornada dele por uma vaga no mercado, mas acho que vale a pena a experiência de alguém que está na área de tecnologia mas não é programadora, pra vocês terem outra visão.

Pois bem, a minha busca por emprego começou apenas quando chegamos no Canada e essa foi uma opção conjunta. Para o sucesso do projeto, era essencial que pelo menos um de nós começasse a trabalhar o quanto antes e ele era quem tinha mais chances, por ser programador, profissão em alta demanda por aqui. Então, focamos todas as nossas energias nele ainda no Brasil, em procurar vagas, ajustar CV, simular entrevista… eh amigos, esse projeto requer muita parceria do casal e as vezes focar no outro pode ser a coisa mais importante pra tudo dar certo. 🙂

Acabou sendo uma opção muito boa pra mim também. Quando chegamos, eu já estava craque e foi muito mais tranquilo. Comecei definindo em que área gostaria de focar (já fui coordenadora de marketing, analista de negócio, analista de produto, suporte…), pois no Brasil é muito comum executarmos várias funções e aqui isso é mais raro e as vezes pode ser até mal visto. Uma vez escolhida a área (analista de produto), formatei meu CV principal, que eu colocaria nos sites de emprego como LinkedIn, Monster e Indeed, os mais comuns aqui. Tratei de ter também um modelo de cover letter, que eu ia ajustando conforme a necessidade da vaga. Quem não sabe o que é cover letter, clica aqui que eu explico.

A partir daí, foi procurar as vagas que mais tinham a ver comigo e me inscrever. Confesso que a princípio caí na tentação de me candidatar a várias vagas, das quais tive pouco ou nenhum retorno. Conforme os dias foram passando, fui ficando mais seletiva e deu certo: minha primeira entrevista foi marcada para acontecer em uma feira de emprego na semana seguinte. Comecei a receber também ligações de head hunters, que achavam meu resume no Monster. A primeira foi pra uma vaga temporária. Quase sempre, vão pedir pra você enviar um currículo propriamente dito (com a cover letter no corpo do email) se quiser de fato concorrer a vaga, pois o resume desses sites de emprego tem que ser bem amplo e canadenses gostam de documentos específicos.

Ate ai, eu não estava tão animada, pois as possibilidades estavam se mostrando semelhantes ao que eu teria esperado: um emprego temporário, um pouco fora da minha área, pra começar mesmo. Mas estavam aparecendo, isso era o que mais importava.

Foi ai que tudo mudou.

Vale a pena a feira de emprego no Canadá?

Essa pergunta é clássica, todo se faz antes de ir a uma feira de emprego. E o fato é que depende muito. Se você está procurando um emprego entry level (lojista, estoquista, caixa, garçom…) vale muito a pena, pois há feiras específicas com muitas vagas na área. Para empregos entry level de escritório também. Vagas mais qualificadas geralmente são bem poucas, por isso se você está nessa fase, meu conselho seria: só vá se a feira for de uma ou poucas empresas específicas que estão no seu target e elas estiverem oferecendo vagas na sua área ou  já tiver feito contato com a empresa e tiver marcado entrevista especificamente no momento da feira. Foi esse o caso da minha primeira entrevista aqui no Canadá.

Confesso que bateu um choque de realidade quando cheguei. O saguão do hotel onde ocorria a feira (exclusiva de uma consultoria de TI) estava LOTADO e tinha uma fila de pessoas esperando pra fazer entrevista pra mesma vaga que eu. Olharam meu CV e me pediram pra esperar na fila. Algumas pessoas passavam fazendo perguntas preliminares aos candidatos e anotavam algumas coisas no CV de cada um.

Ao entrar na sala, outro choque. Era imensa, lotada de gerentes, cada um em uma mesa, entrevistando os candidatos. Não gostei muito, pois você era aleatoriamente direcionado a quem ficasse livre primeiro, o que tornava ainda mais difícil ter empatia com a pessoa que te entrevistava, pois ela podia ser de uma área completamente diferente da sua. Foi o que aconteceu comigo.

Eu gaguejei pra responder no começo, não queria estar ali, estava incomodada mesmo com aquele ambiente. Me senti uma mercadoria exposta na vitrine (a gente sabe que entrevista de emprego é meio isso mesmo, mas nunca havia me sentido dessa forma). Mas depois, pensei “já que estou aqui mesmo, vou tirar o melhor proveito” e testei algumas das minhas respostas às perguntas mais frequentes de entrevistas. Algumas foram bem recebidas, outras nem tanto. Deu pra sentir onde eu estava indo bem e onde eu estava falhando e precisava melhorar. Também deu pra sentir que não ia rolar uma vaga. A gente sempre sabe quando a entrevista não foi 100%, a minha eu diria que foi um bocado menos que isso.

Fui pra casa sentindo que perdi a batalha, mas não a guerra. Afinal de contas, foi uma ótima primeira experiência pra “quebrar o gelo” (outro bom motivo pra ir a uma feira de emprego) e me preparar pro que viria a seguir: a entrevista mais importante da minha carreira até agora.

É galera, eu não disse que tudo tinha mudado? Pois bem, essa vaga não era mais meu foco principal. Mas isso é história pro próximo post (prometo que não vai demorar como esse demorou).

Vejo vocês em breve! 🙂

Paula Mello

Analista de Projetos de TI, formada em Analise de Sistemas e Publicidade, técnica em Meio Ambiente, estudante por curiosidade eterna, cervejeira por amor ao hobby, louca por fotografia, dança, livros, chocolate, viagens, virar a mesa, se perder pra depois se reencontrar, diferente, de novo.

Você pode gostar...

2 Resultados

  1. Jussara disse:

    Parabéns pelo post Paula!
    Estou aguardando o próximo para acompanhar as novidades sobre a sua busca de emprego.
    Boa sorte!
    Bjs

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *