Série: em busca do primeiro emprego – parte 2

Queria estar escrevendo muito mais, mas como vocês devem imaginar, a correria está louca por aqui. Muita coisa pra fazer e resolver antes de ir, inclusive a busca pelo tão sonhado emprego canadense, e tem faltado horas nesses últimos dias, mas não vou reclamar não, afinal, esse é um “problema” que todos nós queremos ter. Não é mesmo?

Esse post é o segundo da série “em busca do primeiro emprego” e se você ainda não viu o primeiro, vai lá dar uma olhada.

Vou confessar que tinha outros planos pra esse post. A ideia inicial era falar sobre os tipos de currículos mais comuns no Canadá, mas vai ter que ficar para o terceiro, talvez quarto. O assunto que vou abordar hoje, é a primeira entrevista de emprego.

Como falei na primeira parte, tenho recebido alguns (muito mais que o esperado) contatos de recrutadores querendo fazer entrevista. A primeira – e mais difícil – parte da busca pelo emprego é a permissão de trabalho. Claro que algumas pessoas vão conseguir uma empresa pra patrocinar o visto, mas vou logo avisando pros aspirantes a imigrantes recém chegados nessa saga que é muito difícil conseguir um emprego que patrocine todo seu processo.

Tenho minha permissão de trabalho. E agora? Embora seja a parte mais difícil, não é a única e a maior parte dos contatos que recebi se encerrou no momento em que eu falei que só chegava no Canadá no fim de dezembro. Alguns continuaram, mesmo sabendo disso pois não tem tanta pressa assim, ou porque são head hunters.

O fato é que um dos contatos que recebi, me deixou muito feliz. Parecia ser uma boa empresa e uma boa vaga. Estava indo tudo muito bem até que o recrutador perguntou se eu já estava em Toronto. Disse que não. Que iria chegar no fim dezembro como residente permanente e provavelmente na primeira semana de Janeiro estaria pronto pra começar no emprego.

Depois disso o recrutador disse que pra essa vaga ele tinha pressa e precisava que eu estivesse lá antes para dar continuidade ao processo, mas que eu poderia entrar em contato com ele quando chegasse e se ele estivesse com alguma vaga de emprego em aberto, me avisaria.

Broxei. Muito. Essa vaga deu um trabalho gigantesco, e não só pra mim, pois a Paulinha me ajudou pra caramba com as revisões e alterações do meu currículo e pesquisas sobre a empresa pra parecer que eu queria muito – e queria mesmo – trabalhar lá.

O emprego que eu mais queria me chutou logo de cara, e eu decidi esperar mais um pouco pra continuar a busca, afinal, de nada adianta eu aplicar pra vagas ou responder os recrutadores se quando eles me procurarem eu não estiver lá pra começar a trabalhar.

Pouco mais de uma semana depois, recebo uma mensagem no LinkedIn. Era ele, o cara que há pouco havia dispensado meu currículo me procurando pra saber se eu poderia fazer uma entrevista via Skype com ele. Coração batendo forte, ansiedade em níveis jamais vistos, mas eu dei uma de “superior” e pedi pra marcar pra semana seguinte. Não quis parecer escroto, mas preferia que fosse na semana seguinte por causa do “day light savings” que mudaria o horário de Toronto e nos deixaria 3 horas a frente. Perfeito pra eu ter tempo de sair do trabalho, chegar em casa e me preparar para a entrevista.

A entrevista de emprego

Assim aconteceu. No dia marcado cheguei em casa cedo, comecei a treinar com a Paulinha, fizemos algumas sessões de perguntas e respostas e a hora da verdade chegou. Nervosismo bateu forte, dor de barriga, mãos suando frio e todos os “piriris” possíveis e imagináveis. Mas não tinha como voltar atrás, era o emprego que eu tanto queria, não dava pra deixar passar e lá fui eu pra frente do computador.

No começo o Skype não completava as chamadas. Comecei a ficar preocupado, achando que era algum problema no meu PC. Respirei fundo e falei com o recrutador por mensagens de texto no próprio Skype, fizemos alguns testes e nada funcionava até ele decidir trocar de computador. Funcionou, ouvi a voz do cara, e agora?

Ele foi bastante tranquilo. Tirando o possível problema de dicção que ele parecia ter, que dificultava um pouco meu entendimento, foi tudo muito tranquilo. A entrevista durou meia hora e foi bastante parecida com qualquer entrevista de RH brasileiro.

Dentre as perguntas estavam:

• Qual o motivo de uma mudança tão grande (Rio X Toronto)?
• Como é o seu trabalho atual?
• Quantas pessoas tem na sua equipe?
• Trabalham com metodologias ágeis?
• Me fale um pouco dos seus trabalhos anteriores?
• Qual sua experiência com cloud computing?
• Tem alguma experiência com tecnologias de front-end? Se sim, Quais?
• Dado que não está em Toronto ainda, já tem algum lugar pra ficar, ou ainda vai precisar de algum tempo depois que chegar pra arrumar um lugar fixo?
• Qual o salário você está buscando?
• Qual o tipo de cultura e ambiente você busca em uma empresa?

Tiveram outras perguntas técnicas, que não me lembro agora, mas além delas ele me falou sobre a vaga em questão, perguntou se eu tinha alguma dúvida, etc… Fiz algumas perguntas a ele sobre o projeto e a empresa, Depois das respostas ele perguntou se eu tinha mais alguma dúvida, e me explicou como seria o restante do processo, caso eu passasse para a próxima fase.

A entrevista foi bastante tranquila, só precisei pedir pra ele repetir alguma coisa uma vez e ele não me pediu pra repetir nada. Acho que mesmo nervoso, o inglês está em dia.

Algumas dicas

• Se vai usar alguma ferramenta online, garanta que está funcionando;
• Seja pontual;
• Pesquise sobre a empresa, eles podem te perguntar alguma coisa;
• Treine algumas perguntas antes.

Não sei se esse emprego vai ou não ser meu, mas o fato é que foi uma experiência bastante positiva e serviu pra me mostrar que uma entrevista de emprego canadense não é um bicho de 7 cabeças.

Por enquanto é isso pessoal, tem muita coisa acontecendo e a gente não consegue dar conta de colocar tudo aqui, mas acho que vocês entendem, não é? Não deixe de comentar aqui em baixo se você tem alguma outra dica e até o próximo post! =)