Toronto 2014 x 2017: o que mudou?

Olá, pessoal!! Estou de volta depois de um intenso mês, mas tenho certeza que vocês ficaram muito bem cuidados com o Rafa nesse meio tempo!

Pois bem, vamos falar ainda de muita coisa importante, mas hoje queria bater um papo mais no estilo “primeiras impressões”, pois isso é algo que muito nos perguntam aqui. Pra quem acompanha o blog, sabe que viemos a Toronto pela primeira vez em 2014, estudando inglês e passeando por três meses. Foi o suficiente para amarmos a cidade, mas um dos nossos maiores medos era se ela continuaria igual quando voltássemos, afinal, não seríamos mais turistas.

Outra coisa que nos preocupa é sempre passar as impressões mais apuradas possível pra vocês e, claro, muito do que sabíamos sobre Toronto vinha dessa nossa experiência. O que podemos passar pra vocês, hoje, é que a cidade mudou um bocado de lá pra cá e, claro, estará constantemente mudando, pois o ritmo de crescimento aqui beira a loucura. Mas continua um lugar maravilhoso de se viver e nossa decisão de vir tem valido a pena cada esforço que fizemos e temos feito. Sem mais delongas, apresento a vocês em primeira mão o que mudou por aqui, desde as coisas importantes às mais bobinhas, mas que se fazem notar:

  • Muito mais brasileiros nas ruas: sim, temos ouvido constantemente o português na cidade, e conversamos com outras pessoas que estão aqui há mais tempo que nós e a impressão delas é a mesma. Os brasileiros estão chegando em peso à cidade e a quantidade de nativos da terra brasilis deu um salto de 2015 pra cá. Boa notícia pra nós, ouvir português várias vezes ao dia nos faz sentir mais em casa e acolhidos. =)
  • O valor dos aluguéis também deu um belo salto: teremos em breve post sobre nossa busca incessante (e frustrante) por um apartamento para alugar, mas já podemos adiantar que o cenário não é tranquilo, nem favorável. Poucos meses atrás, olhávamos constantemente os sites de aluguel de imóveis e tínhamos em mente que com 1500 a 1600 dólares seria possivel alugar um apartamento de um quarto relativamente espaçoso, completo e bem localizado. Ledo engano. O mercado deu uma enlouquecida de lá pra cá e com menos de 1700 não estamos achando nada, sendo que a maioria está na faixa dos 1800 a 2000 dólares. =/
  • Tenho visto mais lixeiras nos banheiros: a princípio, pode não parecer um dado relevante (e não é mesmo tão relevante assim kkkkk), mas isso significa que um dos nossos choques culturais na América do Norte (jogar papel no vaso ao invés da lixeira) pode estar ficando cada vez mais escasso. Eu pensava que esta prática fosse resultante do sistema de esgoto daqui de Toronto ser mais preparado pra receber resíduos sólidos, mas pesquisando mais a fundo e acompanhando algumas notícias, tem mais a ver com cultura mesmo e, inclusive, gera entupimentos no encanamento e problemas na infraestrutura de tratamento de esgoto. Muitos estabelecimentos comerciais e restaurantes já têm lixeiras para o papel higiênico nos toaletes e em todos os prédios do governo que fui até agora tem um aviso no banheiro pedindo especificamente que as pessoas não joguem papel no vaso. Eu nunca tinha visto isso aqui, parece que o pessoal do first world tem o que aprender conosco aqui do terceiro mundo, after all. 😉
  • Mais opções de almoço e lanche salgado: outra coisinha que notamos que nos aproximou mais da nossa Pátria Mãe. Não sei se é só tendência nova, ou se tem alguma coisa a ver com o aumento de imigrantes que valorizam o almoço ou um lanchinho rápido salgado, mas notei um aumento sigificativo na quantidade de opções de “prato feito” pra hora do almoço e de “lanches salgados”. Em 2014, era difícil achar um lanche que não fosse doce (querido Tim Hortons e similares) ou hambúrguer ou pizza. Claro, impossível não era, mas as opções eram menores. Parece que mais gente reparou nesse gap do mercado e agora é possível encontrar mais wraps, mais crepes salgados e outras opções para um lanchinho rápido. Além disso, a cidade está embarcando numa onda mais saudável, e é possível encontrar mais opções de pratos de arroz integral, frango e salada na hora do almoço do que lembro de ter visto em 2014.
  • As pessoas estão mais sisudas: acho que isso tem mais a ver com o inverno que qualquer outra coisa. Quando estivemos aqui, era verão e depois outono e tivemos a impressão da cidade estar cheia de pessoas sorridentes e gentis, que puxavam papo o tempo todo e davam ré no carro pra você atravessar ou tomavam iniciativa de perguntar o que você precisava quando estava com cara de perdido no metrô. Dessa vez, notamos que as pessoas estão mais fechadas e até, talvez, menos educadas. Vamos ver quando o sol voltar a dar as caras se o comportamento vai mudar ou se a cidade está perdendo um pouquinho de sua essência mesmo.
  • O TTC melhorou: já contamos pra vocês das nossas aventuras com o 36, ônibus que passa aqui perto da casa em que estamos hospedados (a mesma que ficamos em 2014) e podemos dizer que, sem dúvida, o sistema como um todo melhorou bastante! Parece que houve uma mudança no CEO do TTC e que ele pretende renovar o sistema e transformar Toronto numa das cidades com melhor transporte público do mundo. Bom pra nós, que não temos carro. Claro que o 36 ainda atrasa, mas sentimos que a quantidade de vezes que ficamos plantados é muito menor agora que em 2014 e até hoje, mesmo no auge do inverno, não tive que sair do metrô nenhuma vez por ter quebrado o trem (algo que acontecia de vez em quando), além dos street cars estarem renovados e bem melhores.
  • Está mais fácil de achar requeijão: essa era uma issue pra mim, tenho que admitir. Nada que comia no Brasil me fazia falta aqui, porque conseguia achar de tudo que gostava. Exceto requeijão. Nem nas lojas brasileiras vi quando fui, apenas uma vez (e era caseiro e custava absurdos 15 dólares por 500g, nem provei). Quando estava no Brasil, vi no blog da Gaby um post sobre o Puck, uma espécie de requeijão dinamarquês, apenas um pouco mais salgado do que estamos acostumados. Na época, vendia num supermercado específico apenas. Uma semana depois que chegamos, vi por acaso no No Frills. Ali, super disponível. Aliás, o No Frills tem bastante coisa pra nós brazucas, até pão de queijo Yoki já vi vender e no mercado do Dufferin Mall tem um açougue do Pavão que vende uma picanha delícia. Pão francês também está mais fácil de achar. Gosto sempre de trocar opiniões com outras pessoas e elas também têm reforçado a impressão de que os “produtos brasileiros” estão mais acessíveis, de um modo geral.
  • O preço da comida aumentou, mas os orgânicos estão mais baratos: notamos um aumento de uns 15 a 20% na nossa conta de mercado, o que reforça a reclamação dos canadenses sobre o aumento no preço das groceries (como eles chamam a compra de mercado aqui). Por outro lado, notamos também uma maior disponibilidade de orgânicos nos mercados mais “normais” (como o No Frills, sempre ele hehe) e a preços mais acessíveis. Banana e maçã, por exemplo, só tenho comprado orgânicas, a 98 cents a libra e 2,70 dólares a libra, respectivamente.

Por enquanto é o que temos de impressões, pessoal. Vamos continuar a escrever sobre nossa vida aqui pra vocês. Tenham paciência, os textos são muitos, mas aos pouquinhos vão saindo. Até a próxima. =)

Paula Mello

Analista de Projetos de TI, formada em Analise de Sistemas e Publicidade, técnica em Meio Ambiente, estudante por curiosidade eterna, cervejeira por amor ao hobby, louca por fotografia, dança, livros, chocolate, viagens, virar a mesa, se perder pra depois se reencontrar, diferente, de novo.

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1 Resultado

  1. Rey disse:

    Nossa, realmente os valores de aluguel em Toronto estão bem altos. Estão praticamente superando/batendo os de Vancouver que todo mundo fala ser super alto.

    Espero q vcs encontrem algo logo! Não rola um basement em toronto não? rs

    Abraços!!!

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