Visto americano: solicite você mesmo – teoria e prática – parte 2

Passada a longa etapa de preenchimento de formulários e levantamento de documentação, chega a hora das entrevistas. No nosso caso, conseguimos marcar as duas entrevistas (recolhimento de digitais e concessão do visto) logo na semana seguinte a que pagamos o visto, uma no dia seguinte à outra.
A primeira parte é o recolhimento das digitais. No Rio, este processo ocorre no Humaitá (Lagoa Corporate – Rua Humaitá, 275 – Humaitá – Rio de Janeiro). Basta imprimir o agendamento (muito importante! Sem agendamento, você não pode entrar no prédio), bem como os documentos de confirmação de envio do formulário e de pagamento do visto e levar tudo isso com você, juntamente com o passaporte.
Ao entrar no prédio, é solicitado que o seu celular seja desligado. A partir daí, é só aguardar na fila. Um funcionário vai te conduzir a um dos guichês, onde será solicitado que você coloque seus dedos em um aparelho eletrônico, bem como será tirada uma foto sua. Creio que atualmente não exista mais esta restrição, mas de toda forma evite roupas brancas ou muito claras, decotes exagerados e brincos muito grandes. Será solicitado também que você retire os óculos escuros. Cuidado para não esquecer seus pertences no guichê, isso aconteceu com a menina atendida logo antes de mim.
Essa etapa é muito simples e não existe rejeição, então vá tranquilo. Também não é necessário levar toda aquela documentação relativa a financiamento da viagem, vínculos com Brasil etc.. Nada disso é necessário na etapa de recolhimento de foto e digitais.
No dia seguinte, nos dirigimos ao Consulado Americano no Rio (Av. Presidente Wilson, 147, Castelo Rio de Janeiro. Entrada pela Rua Santa Luzia) com a mesma documentação: agendamento impresso, passaporte, formulários, acrescido dos documentos. Eu cometi a besteira de levar meu celular comigo. Aviso às mulheres: evitem levar bolsa e celular com vocês, não é permitido a entrada com celular em hipótese alguma e as bolsas terão que ser completamente esvaziadas e, mesmo assim, a segurança do consulado pode pedir que você deixe sua bolsa do lado de fora.
Para quem não tiver outra alternativa, do lado de fora do consulado do Rio tem um Chaveiro, que trabalha como guarda – volumes. No dia em que fomos ao Consulado estava fechado e eu quase surtei, achando que ia ter que deixar meu celular na rua ou perder a entrevista (se você não puder comparecer à entrevista, remarque com antecedência! Caso você simplesmente não compareça, na maioria dos casos será necessário refazer o processo de aplicação e pagar novamente =S). A dica valiosa aqui é: ao lado do Chaveiro, existe uma banca de jornal que presta o serviço de guarda-volumes nos dias em que o chaveiro fica fechado. É na base da confiança mesmo: você entrega ao cara o celular (ou seus pertences), ele te entrega um número escrito no papel e você paga na volta, 5 reais. Morando no Rio, confesso que fiquei um pouco ressabiada, mas foi a melhor solução pro meu problema, então deixei o celular e lá fomos nós pro Consulado.
A fila é grandinha, demora um pouco. A princípio, você entrega a confirmação de agendamento e formulários para a recepcionista, senta em um banco grande e espera. Eles chamam pelo nome e casais podem fazer a entrevista juntos, mesmo não sendo legalmente casados. Ao chamarem, aguardamos numa outra fila (desta vez em pé) em frente aos guichês. Aí é confiar na sorte. Uma das agentes do consulado parecia estar de mau humor: fazia uma série de perguntas, pedia documentos, questionava… e negou uns dois vistos enquanto estávamos lá. Outros agentes pareciam mais tranquilos e brincavam com as pessoas, sorriam. Outra coisa que reparamos é que, sempre que uma mulher jovem chegava sozinha para pedir o visto, os agentes conversavam por bastante tempo, faziam várias perguntas e pediam documentação que comprovasse renda pra viagem e laços com o Brasil. Acredito que eles imaginem que a possibilidade de mulheres jovens e solteiras quererem ficar no país (ou arranjar um “marido” americano ¬¬) é maior.
Por fim, o agente que nos atendeu estava sorrindo. Bom sinal. Perguntou para onde íamos, quanto tempo pretendíamos ficar (dica: se você vai fazer a entrevista com alguém, conversem direitinho sobre as cidades que pretendem visitar, quanto tempo ficarão, mesmo que não tenham um planejamento completo, para que não haja nenhuma divergência) e se já havíamos viajado para fora do país. Leu mais algumas informações do formulário e perguntou o que fazíamos. Ambos dissemos estar estudando, o que era um fato: eu estou cursando análise de sistemas, minha segunda faculdade, e o Rafa está em fase de entrega de TCC. Ele achou graça de estudarmos a mesma coisa e, antes que percebêssemos ele disse “Visto aprovado. Boa viagem.”. Sim, foi muito rápido. Saímos felizes e aliviados.
Busquei meu celular e deixei os cinco reais com o dono da banca de jornal, após efusivos agradecimentos. Quanto à entrevista, acho que conta muito ter algum vínculo forte com o Brasil. Se você não estiver trabalhando, mas estiver fazendo faculdade, tranquilo. Se for funcionário público então, é praticamente garantida a aprovação. Quanto maior o vínculo com o país de origem, melhor.
Após uns 3 dias, recebemos o email avisando que nosso passaporte estava pronto. Agendamos uma data para buscá-lo, no mesmo sistema de agendamento de entrevista e pronto! Passaporte em mãos, visto concedido (a foto ficou uó ¬¬), agora é só alegria! =)
Até a próxima.